A Ciência da Felicidade
- Rodrigo Wentzcovitch
- 1 de jun. de 2022
- 3 min de leitura

A Psicologia Positiva estuda a Felicidade Humana e surge como um contraponto a uma visão disfuncional (foco na doença) do Ser Humano. Inclusive descobertas recentes apontam que a nossa felicidade é influenciada por três fatores: Genética 50%, Circunstâncias Ambientais 10% e Vontade 40%. Isto quer dizer que temos uma alta margem de responsabilidade individual sobre a nossa própria felicidade, a partir de hábitos e escolhas de vida que fazemos a cada instante. Nunca se falou tanto em bem estar e felicidade como agora. Por muito tempo acreditamos que a tecnologia possibilitaria mais tempo livre e felicidade, mas esta afirmação não pode ser entendida como uma verdade, visto que para muitos o trabalho hoje, é visto como tortura, uma vez que se soma a insegurança de um mercado volátil, com a necessidade constante de atualização atrelada à velocidade da informação, com a busca incessante por novas idéias, além da cobrança por resultados mais rápidos, todos estes fatores provocam a sensação generalizada de mal estar e infelicidade. Ao contrário do que reza o senso comum, felicidade não é ausência de problemas, é possível sim, sermos mais felizes, mesmo em volto ao caos e dualidade de valores deste século. Sempre haverá estímulos para nos distanciar da nossa felicidade, o importante é como você responderá a estes estímulos. Recuando na história da humanidade, até a Antiguidade Grega, a educação do Homem iniciava-se pelo desenvolvimento de suas virtudes, pois as letras, ou seja, a escrita viria depois com o tempo. Além da cultura grega, outras 200 tradições foram pesquisadas, chegando a um número de seis virtudes comuns a todas elas: Sabedoria, Coragem, Humanidade, Justiça, Temperança e Transcendência. A Psicologia Positiva vem resgatar e desenvolver estas virtudes, como também identificar e desenvolver nossas forças pessoais, que nos impulsionam a atingir objetivos e enfrentar adversidades. Um dos segredos da Felicidade está no cultivo das virtudes, como faziam os antigos gregos, e no uso e descoberta de nossas forças pessoais, representadas por um conjunto de vinte e quatro forças ao total. É importante salientar que as Organizações onde nós vivemos grande parte do tempo, podem ser coadjuvantes no desenvolvimento de emoções positivas como: otimismo, confiança, alegria, prazer e etc. Ao fazê-lo sabemos que pessoas felizes produzem mais e melhor, adoecem menos, diminuem os custos com o absenteísmo e sinistralidade dos planos de saúde, gerando benefícios mútuos, onde todos ganham: Empresas e Colaboradores. Hoje ainda presenciamos pessoas buscando uma atividade profissional, baseadas apenas no retorno financeiro e não em suas aptidões naturais. Nossa Sociedade valoriza muito mais o “parecer TER” do que o “SER”. Para alcançar o “SER” o profissional precisa gostar do que faz, sentindo prazer no trabalho, usando o talento pessoal a seu favor. O profissional certo, fazendo a coisa certa e no lugar correto, será mais feliz no ambiente corporativo, entrando em “flow”, um conceito importante dentro da Psicologia Positiva, cuja tradução é “fluxo”, quantos de nós, já não se viram envoltos, compenetrados em uma atividade prazerosa no trabalho ou fora deste, que nem viu as horas passarem, se desligando do ambiente externo. As Organizações podem estimular também momentos de “Mindfulnes”, que ao contrário do Flow, requer uma atenção plena ao aqui e agora, sem a perda do contato com o ambiente externo, semelhante as práticas meditativas Orientais, sem confundir-se com religião, já que estamos falando sobre estados de mentes concentradas. Ao abrirmos espaço e tempo para práticas como estas nas Organizações, além dos benefícios já comentados de redução do estresse e outras doenças, favorecemos a disposição para novas idéias e resolução de problemas. Além é claro do estímulo a imaginação tão requerida hoje e para o futuro que estamos construindo. O Homem como o 5º. Elemento ao produzir pensamento e cultura, constrói para si uma nova esfera, chamada de Noosfera, a esfera do “Conhecimento”. Neste novo cenário, os quatro elementos no Humano se encontram intimamente entrelaçados: AR razão ou pensamento ligado ao planejamento ÁGUA emoções na busca pelo equilíbrio FOGO intuição como campo de transformações internas onde novas idéias são geradas TERRA sensação de onde pisamos ao concretizamos nossas ações e sonhos Com o surgimento de uma nova esfera do Conhecimento Humano, a Psicologia Positiva só tem a contribuir com a nossa “Felicidade Autêntica” para uma vida mais harmoniosa, cheia de propósito e plena de sentido. Pois afinal quem não deseja ser feliz? Publicado na Revista ABC Negócios do 3o. Congresso de RH do ABC - Noosfera
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