Consciência e Prosperidade

Por Rodrigo Wentzcovitch

A Psicologia Transpessoal nasce a partir da década de 60 em conjunto com um movimento de contracultura que revolucionava a politica e cultura da época. Eram tempos turbulentos por mobilizações politicas contra a Guerra no Vietnã, na música estourava bandas como os Beatles que traziam uma sonoridade diferente popularizando valores orientais na cultura ocidental, influenciando toda uma geração com seus ritmos e letras. Foi um momento também em que muitos artistas e músicos da época, e assim toda uma geração fizeram uso de uma droga recreativa chamada LSD, uma descoberta acidental em laboratório, bandas inclusive como os próprios Beatles fizeram uso destas substâncias para entrarem em um estado mais criativo de consciência. Paralelamente a isso, pesquisadores sérios como o Psicólogo Americano Timothy Leary PHD (Professor em Harvard) e o Psiquiatra Theco Stanislav Grof PHD investigavam o uso controlado do LSD como recurso terapêutico e de beneficios espirituais, notando que vários dos pacientes de controle, diminuiam o uso de antidepresssivos ou os eliminavam completamente. Muitos inclusive também quando viciados em outros tipos de substâncias, acabavam por largarem seu uso com a associação psicoterapia e LSD. Com a proibição mundial do LSD os pesquisadores se viram na iminência de largarem esta prática e criarem novos métodos sem o uso das mesmas. Ao contrário de outras abordagens cientificas que possuem suas ideias ligadas a um fundador especificio. A Psicologia Transpessoal nasce com a insatisfação de diferentes acadêmicos com os rumos atuais da Psicologia que se voltavam muito mais para Patologias e Doenças Mentais, do que pesquisas sobre como Seres Humanos poderiam ser mais Auto-Realizados e Felizes, se reunindo para criarem aquela que foi chamada de a 4a. Força em Psicologia (as anteriores foram o “Behaviorismo ou Comportamental”, “Psicanálise” com a idéia central do inconsciente, neuroses e sexualidade e o “Humanismo” uma perspectiva fenomenológica que valoriza a subjetividade) que inseria a dimensão da espiritualidade como uma meta-necessidade a ser trabalhada e com grande valor terapêutico. O propósito em uma abordagem integrativa transpessoal é ir além do ego ou meramente pessoal, e facilitar o acesso a estados mais elevados de consciência unitiva, a partir de diferentes práticas meditativas e contemplativas que, já comprovada cientificamente, altera ondas cerebrais, proporcionando os mesmos resultados antes observados nos primordios do uso do LSD. Tais como um estado interior mais criativo, equilibrado e saudável, que levam a um enriquecimento interior, a uma transformação de valores e, assim a uma vida mais próspera em todos os sentidos. A abordagem transpessoal trabalha com mente-corpo e consciência como um só sistema bem integrado que produz sentimentos mais elevados como a paz interior e uma percepção de vida mais abrangente, e também conectada. Aliás ela produz muito mais conexões sinápticas ligando e trabalhando com ambos os hemisférios cerebrais, ou razão e emoção como parceiros deste processo e não como competidores por um dos lados a prevalecer vitorioso. Uma vida mais rica e próspera só é possivel com equilíbrio das diversas esferas de nossas vidas. Alcançar um propósito maior que nos preencha internamente é o objetivo central desta abordagem que, pesquisando diferentes tradições da humanidade, descobriu nelas valiosas ferramentas, cuja aplicação tornam pessoas antes fragmentadas, mais integradas consigo mesmas, o que traz inúmeras vantagens e aplicações. Como, por exemplo, para educadores trabalharem com as emoções de seus alunos, que é a chave para um processo de aprendizagem mais eficaz, para líderes e gestores em uma Organização é percebê-los como parte de um sistema maior e mais abrangente do que suas meras funções, vendo a Empresa a partir de um paradigma de funcionamento mais sistêmico, e para Terapeutas é instrumentá-los com muitos recursos não verbais transformadores tanto para si mesmo, quanto para seus pacientes, dinamizando o processo de cura, aqui entendido não como a suspensão necessariamente dos sintomas, mas de sua transcendência ao enxegar um propósito ou entendimento maior que todos aqueles sintomas estão provocando, como um convite para uma reforma íntima de vida, com novas escolhas que nos levam a perinidade. Vivemos um momento de transição de modelos ou paradigmas que atuam sob todas as relações humanas chamado de mecanicista cartesiano, que decopõem e fragmenta a vida em pedaços ou compartimentos cada vez menores, criando as diferentes especialidades ou sub especialidades da ciência. Tal paradgima na indústria por exemplo, criou a ideia da linha de montagem, onde cada um faz uma pequena parte de um todo muito maior, que com tudo, ao ocupar-se apenas da parte, fica alienado da existência ou sentimento desta totalidade ou abrangência maior citada, causando hoje grandes danos fisicos, emocionais e ambientais, justamente por não enxergar totalmente a causa e consequência de suas ações num longo prazo. Ao contrário o novo paradigma holistico-sistêmico que emerge em conjunto com os pressupostos não locais (influência do observador) da Fisica Quântica, enxerga o Humano como parte de toda a natureza e cosmos, que fazem parte de antigas ideias ou cosmovisões, onde somos partes integrantes de um todo inseparável e nos aproxima do pensamento de antigas filosofias orientais e também das filosofias nativas indígenas dos povos. Sob esta visão, estudar um Coração sem vida não é a mesma coisa do que ele em pleno funcionamento com todos os órgãos, não é o mesmo do que sentí-lo vivo pulsando em nosso peito, não é o mesmo do que saber com o coração, como dizem algumas destas milenares filosofias. Logo a Transpessoal é um pouco deste apanhado de diferentes tradições, ideias e ideais que pode nos ajudar na resolução das diferentes crises, do grego krisis que significa “distinguir ou decidir”, ou seja, uma oportunidade de tomada de consciência para decidir novos caminhos, uma vez que os antigos já trilhados não servem mais. É ir do Ego ao Eco enxergando o Humano não como um Ser à parte da Natureza, mas como parte totalmente integrante desta, já que somos todos seres também naturais e, observando a partir de uma visão sistêmica, percebemos o quão a Natureza é Rica e Próspera, pois se ela coopera entre si, faz trocas a todo instante, e quando a preservamos ela produz em abundância, é quando temos “fé” ou seja acreditamos em seus ciclos sem interferências. Veja o Girassol por exemplo, cada flor produz inúmeras outras sementes em excedente do que iremos precisar. Á Árvore produz oxigênio a partir do gás carbônico filtrado. Tudo isso é espiritual, como enxergavam os diferentes e antigos povos, e a Natureza é quem mais uma vez nos ensina com sua interdependência, a como aplicarmos uma Inteligência Colaborativa capaz de manter a vida e pessoas que nela estão, mais ricos e prósperos. Um paradigma mecanicista de vida não enxerga que ao cortar a árvore para apenas alimentar o lucro sem reposição, levam a Erosão do Solo, a morte de espécies e nichos ecológicos, a falta de água e chuva, e por fim a estiagens e falta de comida para todos, algo equivalente a retirarmos um Coração ainda com Vida, certamente um Vazio em nosso peito dele se ocupará e todos os demais sistemas com ele irão a falência juntos. Mas existem novas iniciativas em curso como as do Butão (um pequeno País incrustrado aos pés do Himalaia entre a China e Índia) que trocou o PIB (Produto Interno Bruto) que mede o nivel de indutrialização de um país (mas que esconde desigualdades sociais existentes) pelo FIB (Felicidade Interna Bruta) que leva o nivel de satisfação com a vida de seus habitantes, ou simplesmente felicidade como prioridade de seu desenvolvimento Econômico. Mas isso é assunto para um novo artigo e uma nova conversa, mas certamente uma abordagem integrativa de consciência poderá fazer muito por você e re-evolucionar a sua vida, o tornando uma pessoa mais rica e próspera em diferentes sentidos e múltiplos niveis de vida. E tudo isso começa agora com você simplesmente fazendo novas Conexões e Escolhas!