Cooperar para VemSER
- Rodrigo Wentzcovitch
- 1 de jun. de 2022
- 3 min de leitura

Jogos estavam ligados a experiência do sagrado, mitos, práticas religiosas e rituais, do profano até suas expressões mais espontâneas, em povos como: egípcios, gregos, romanos e maias afim de transmitir valores, conhecimentos e padrões da vida social às gerações mais jovens. Na atualidade continuam a desempenhar o papel social e psicológico de transmitir conhecimentos, valores culturais e éticos para as gerações futuras. Observemos pois as crianças, estas estão sempre a “brincarem” de adultos, imitando-lhes os comportamentos, o que torna o jogo um intrumento valioso de ensino-aprendizagem, já que este permite uma importante fase de aprendizado chamada de Ensaio sem provocar contrangimentos ou prejuizos, acarretando numa maior amplitude de respostas e feedback de comportamentos. Os primeiros jogos para a educação de adultos foram os jogos de Guerra, e o mesmo ocorria nas organizações, com jogos de carater competitivo que reforçavam posições antagonicas, por vezes dentro da própria equipe. Os jogos se comportam de modo associativo onde os jogadores são aproximados ou dissociativo em que os jogadores são afastados. E os jogos cooperativos nascem com a proposta associativa de promoverem a paz, o intercâmbio entre as pessoas gerando aprendizagem sem a necessidade de ganhadores ou perdedores, cujas premissas são:
· Jogar com os outros e não contra eles.
· Jogar para superar desafios ou vencer obstáculos, não para vencer alguém.
· Atingir objetivos com a contribuição de todos.
· Valorizar metas coletivas e não individuais.
· Eliminar agressão e desconfiança.
· Desenvolver atitudes de empatia, cooperação, estima e boa comunicação.
· Compartilhar sucessos.
· Desenvolver equipes fortes, formando parceiros ao invés de adversários.
· Melhorar o clima organizacional.
A utilização de Jogos Cooperativos promovem uma participação coletiva (jogar com e não contra), melhoria dos relacionamentos (elimina a agressão, estimulando a empatia e cooperação) e criatividade (interações e trocas sem regras rigidas).
A pedagogia dos Jogos Cooperativos apoia-se na interdependência de 3 dimensões: Convivência – Consciência – Transcedência.
· Convivência: vivencia compartilhada como contexto para a aprendizagem. Experimentar para re-conhecer a si mesmo e os outros.
· Consciência: Criando um clima de cumplicidade entre os praticantes, incentivando-os a refletir sobre a vivencia do jogo e sobre as possibilidades de modificar comportamentos, relacionamentos e até o próprio jogo, na perspectiva de melhorar a participação, o prazer e a aprendizagem de todos.
· Transcedência: Ajudando a sustentar a disposição para dialogar, decidir em consenso, experimentar as mudanças propostas e integrar, no jogo e na vida, as transformações desejadas.
Existe uma antiga lenda Cherokee que ilustra com perfeição nossa atual condição de Sociedade. O homem tem dois lobos dentro de si, um branco e outro negro, o lobo a prevalescer é aquele que mais alimentarmos. Faz sentido ao que parece ser o ambiente social é quem molda o comportamento dos individuos e assim como um todo coletivamente. Se orientados para a vida ou agressividade, depende muito mais de como estes individuos vem sendo educados e reforçados em suas sociedades. Foi justamente da preocupação com a excessiva competição existente na Sociedade Pós Moderna, que os Jogos Cooperativos surgiram como contraponto a excessiva valorização da individualidade, competimos a todo momento como se esta fosse uma resposta normal e natural a um certo modo de agir comumente arraigado e reforçado. A maior parte dos jogos conhecidos estimula a competitividade e o confronto, situações que eliminam o simples prazer do encontro, diversão e alegria para jogarmos juntos. Jogos assim produzem mais perdedores do que vencedores, mais adversarios do que parceiros. Situamo-nos num raro mometo de co-participarmos da Re-Creação do Jogo da Vida, como na lenda Cherokee dos Lobos, reunimos condições tecno-belicas de exitiguir e varrer a nossa espécie humana do Planeta, assim como de prosseguirmos num mergulho para uma tomada de Consciência da Cooperação, onde podemos sair da Sobrevivência para alcancar um patamar no Jogo maior da Vida para vemSER, a Transcedência. Só dependerá qual o Lobo, individual-coletivamente escolhermos mais alimentar! Está agora em suas mãos, cabeça e coração…
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